segunda-feira, 6 de julho de 2015

Morte?


Qual morte? Desfecho e desenlace?

Que heresia bradas?
Se algo está para findar
Se o instante é de expirar, perecer,
fechar os olhos a alguém num ultimo e gélido suspiro
Então me sublevo, é um direito que me reservo
E me levanto para dizer não à agonia do crepúsculo, de qualquer crepúsculo
Porque é de existência que se trata
não de perda, jamais de partida
Se algo está para findar e desaparecer
para expirar e se acabar
É nada além de tua estultice lívida, de tua plúmbea insensatez
Porque é de existência que se trata
Sopro de vida, aurora, aura de luz
Fios e mais fios de branda e doce esperança
lânguida como o pulsar de um coração apaixonado
Jamais serás capaz de perceber o palpitar da terra
o respirar das árvores
o nascer e renascer diuturno dos céus e dos ares
A vida jamais se esgota, sequer se engana – eu sei!
O que parece morte é como a vida renascida rompendo o fértil ventre materno
A noite não passa de sutil cortina a abrigar a cândida sonolência dos infinitos raios de sol
Os mesmos que daqui a pouco vão explodir em luz, conformando o novo dia, a nova
era, os novos homens...
 
Rodoux Faugh